Stacks Image 6
Tufi Rachid Amin


Tufi Rachid Amim nasceu em Rio Branco-Acre, em 10 de maio de 1952, originário de família sírio-libanesa que migrou para o Norte do Brasil, atraída pela pujança econômica da borracha amazônica. Quando criança estudou na Escola O Cruzeiro, fundada pelo Mestre Raimundo Irineu Serra, no Alto Santo, e teve como professora dona Percília Matos da Silva. Timidamente o menino Tufi observava o Padrinho Irineu Serra nas visitas periódicas que este fazia a escola. Ainda garoto, Tufi começou a trabalhar para ajudar a família. Foi baleiro, catraieiro, vaqueiro, “marreteiro” (compra e venda de gado), ajudante de caminhão, caminhoneiro, taxista, trabalhador rural e policial militar. Atualmente é sargento aposentado do Corpo de Bombeiros e pequeno proprietário rural.
O sargento Tufi é filho do comerciante Rachid Amim Abrahim. Da amizade do “turco”[1] Rachid com o maranhense Irineu Serra surge o convite para que Benjamim Rachid Amim, filho do velho Abrahim e irmão de Tufi, fosse padrinho de casamento de Raimundo Irineu Serra com a dona Raimunda Feitosa, isso no já distante ano de 1937.
Tufi é casado com a Sra. Herotildes Sales Amim, pai de cinco filhos – Rachid, Liliam, Leila, Suzy e Lisandra – e avô do menino Douglas.
Foi na condição de proprietário rural que o amigo Tufi, em novembro de 2004, se viu envolvido numa inusitada história do “seqüestro da jumenta”, que devido ao insólito do fato ganhou as manchetes nacionais. Uma história que seria cômica se não fosse trágica, isto é, não envolvesse questões de segurança para si e sua família.

Polícia investiga "seqüestro" de jumenta

Primeiro eram banqueiros. Depois foi a vez de comerciantes e publicitários. Mas agora nem nossos amigos quadrúpedes têm se salvo. A Polícia Civil do Acre investiga o "seqüestro" de uma jumenta de quatro anos, que foi furtada há três meses de uma fazenda em Rio Branco (AC). No estábulo, onde o animal costumava passar a noite, o dono da propriedade, o policial militar aposentado Tufi Rachid Amim, encontrou um bilhete com um pedido de resgate: R$ 1.500. Ele afirmou que depois do "seqüestro" passou a receber telefonemas com ameaças contra ele e contra o animal. Segundo o delegado, o Código Penal considera seqüestro apenas os crimes que envolvam a subtração de pessoas, não de animais. O crime está sendo tratado como extorsão, cuja pena prevista é de quatro a dez anos de prisão.
(Folha Online)

Tufi conheceu o Daime no ano de 1979, numa visita ao Centro Espírita e Culto de Oração “Casa de Jesus – Fonte de Luz”, a Barquinha, presidida pelo Velho Pastor Manuel Araújo, da qual foi freqüentador.
No ano de 1985 se filia a linha do Mestre Irineu, a Doutrina do Santo Daime, no Centro Livre presidido pelo Mestre Conselheiro Luiz Mendes do Nascimento, Centro ao qual pediu fardamento.
Nesta casa – então denominada CICLU, atual Centro Rainha da Floresta – Tufi exerceu as funções de subcomandante, comandante e gestor da Diretoria. Foi nesse período que, na condição de um dos organizadores da inesquecível comemoração do Centenário do Mestre Irineu, o seu Tufi hospedou a comitiva do Padrinho Alfredo Gregório na sua confortável casa na Vila Irineu Serra, e os “causos” de tão memorável festa ainda está viva na memória dos participantes, como se tivesse ocorrido ontem...
Em 1994, junto ao padrinho Luiz Mendes, o sr. Ladislau Nogueira, amigos e familiares, Tufi contribuiu decisivamente para a fundação do CICLURIS, também situado na Vila Irineu Serra, tendo o Ladi como Presidente, Tufi como Vice e Luiz Mendes como Conselheiro.
Em 1998 o CICLURIS é rebatizado de CICLUJUR – Centro de Iluminação Cristã Luz Universal Juramidam – com a mesma composição da diretoria, Ladislau Nogueira, presidente; Tufi Amim, Vice-Presidente, enquanto que o Mestre Conselheiro Luiz Mendes do Nascimento adentrava a floresta para firmar a sua Fortaleza.
Foi na condição de dirigente daimista que Tufi Amim participou, como representante (suplente), do Grupo Multidisciplinar de Trabalho do Conselho Nacional de Drogas (GMT do CONAD), instituído como resultado do Seminário sobre a Ayahuasca, organizado pelo Governo federal em março de 2006, na cidade de Rio Branco, tendo o objetivo de criar normas e regulamentar o uso religioso da ayahuasca.
O hinário “Eu sou feliz” que aqui apresentamos, começou a ser recebido do Astral Superior por Tufi Amim no ano de 1987. O primeiro hino, “Eu sou feliz”, é que dá título ao hinário que então se inicia.

Eu sou feliz, eu sou feliz, eu sou feliz,
Eu sou feliz, porque estou no meu país.
No meu país, que o Senhor me ordenou,
pra eu cumprir esta Missão com meus irmãos.

O apóstolo dos gentios nos diz que "a nossa pátria é nos céus"[2], portanto estou feliz porque estou no meu país - o reino dos Céus - onde mora o meu Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que me ordenou voltar a Terra, “pra eu cumprir esta Missão com meus irmãos”: cerrar fileiras com o Rei Juramidã para replantar a Santa Doutrina de Jesus Salvador.
O hinário de Tufi Amim tem diversos hinos de cura, entre os quais, destaca-se “O Doutor”, onde um ser curador se apresenta:

Eu sou, eu sou, eu sou o teu doutor,
trazendo o remédio pra curar a tua dor.

E logo a seguir anuncia a causa da doença: “a tua dor foi você quem criou” - a implacável lei divina do carma, de causa e efeito. Porém, rogue e chame pelo Doutor Divino, Nosso Senhor Jesus Cristo, que Ele se apresenta “trazendo o remédio pra curar a tua dor”.
Um dia solene de execução do Hinário “Eu sou feliz” é no 3 de janeiro, aniversário do Mestre Conselheiro Luiz Mendes do Nascimento. Neste dia, no coração da floresta amazônica, às margens do rio Xipamano, no Seringal Fortaleza, sede do CEFLI (Centro Eclético Flor de Lótus Iluminado), quando com muita pompa e vigor inicia-se o hino 25 (A Força) aqueles que têm o privilégio de estar presente naquela hora e lugar, na força e luz do Daime sentem-se tomados por um “tsunami” de amor e regozijo ao cantar:

A força chegou,
O mar balanceou.
A terra estremeceu,
Deus do céu foi quem mandou.

No hino 33 é invocada a “linha de Arroxim”, legião de seres curadores[3] da Corte Celestial.

Eu vou chamar
na Linha de Arroxim.
Os meus caboclos
para vim aqui curar.

Os caboclos aqui chamados, seres divinos do panteão ameríndio, são comandados do Astral pelo Padrinho Irineu, o Rei Juramidã.

Os meus caboclos
São da linha de Arroxim
Os meus caboclos
Pertencem ao meu Padrinho.

No hino de número 36 (Lembrança do Centenário), o Eu Superior que habita o homem simples do povo, Tufi Rachid Amim, se apresenta:

Jura é Papai,
Midam são seus herdeiros.
Eu sou Adão Midã,
Eu também sou herdeiro.

Afirmando fazer parte de uma família espiritual, a nobre família do Chefe Império Rei Juramidã - família da qual Raimundo Irineu Serra Juramidã é o digníssimo patriarca.
Nesta gravação do hinário “Eu sou feliz” são apresentados dois novos hinos, o 39 e 40, incorporados à “linha do hinário” por Tufi Amim no segundo semestre de 2007.
O hino de número 39, “Saudamos o grande dia” é um hino comemorativo de datas festivas; de exaltação e louvor ao General Juramidã. É uma marcha/valseado e deve ser bailado com os mesmos movimentos que o hino 111 do Hinário do Mestre Irineu (“Estou aqui”) – primeiro verso, marcha; segundo verso, valseado e assim sucessivamente.


39 - Saudamos o grande dia (Marcha / Valseado)

Saudamos o grande dia
Que o nosso pai nos deixou
Saudamos o grande dia
Com amor e alegria

Vamos todos marchar em frente
Ouvindo o toque do clarim
Vamos todos marchar em frente
Traí traí traí...

Nosso Mestre sempre na frente
O comandante dessa gente
Ele brada seu clarinete
Para todos nós seguir

Vamos todos seguir em frente
Para sempre para sempre
Nosso Mestre nos esperando
Muito alegre e contente.


Na espaçosa varanda da sua casa, saboreando delicioso suco de cupuaçu, Tufi nos contou a interessante história do recebimento deste hino exaltação. Na manhã do feriado de Natal, logo após o bailado comemorativo, ainda semi-fardado da função religiosa que se encerrara, ele se deslocara para a colônia de sua propriedade, em busca do leite que comercializava, fornecendo a clientes de Rio Branco.
Chegando a sua próspera fazenda, ainda no “fluido”[4] do Daime, sente no seu íntimo o retorno de forte miração. Estaciona então sob frondosa mangueira, para o benfazejo recolhimento. Dentro do automóvel que conduzia, assiste sobre a sua cabeça (num universo mítico, paralelo ao teto do carro) organizar-se uma banda de música para executar apoteótica canção. A música como que preenche todos os seus sentidos. Após maviosa introdução instrumental, um coro de vozes angelicais entoa:

Saudamos o grande dia
Que o nosso Pai nos deixou...

Músicos e cantores do Império Juramidã repetem a execução do belo hino, para memorização do aparelho humano que o recebia. Logo após, desfaz-se tal apresentação e, passado alguns minutos, a miração acaba.
Desde então, em datas festivas do CICLUJUR, este hino é cantado na “linha das diversões”, sendo a 11ª Diversão, logo após a execução bailada do “Zig zag”. No CEFLI este hino é cantado como a 10ª diversão, bailando-se o “Zig zag” logo a seguir - a ordem dos fatores não altera a excelente qualidade do produto.
O hino 40 – Caminho de Amor, foi recebido por Tufi no dia 27 de outubro de 2004, e é um hino de despedida:
40 – Caminho de Amor (Marcha)

Vou me embora vou me embora
Vou pra junto de Mamãe
Vou atender o chamado
Do Velho Juramidã

Meu Velho Juramidã
Me ensina com amor
Eu agradeço a meu Mestre
Pelo Vosso santo amor

A Rainha da Floresta
Ao Nosso Mestre ordenou
Para ele nos ensinar
O caminho do amor

Jesus Cristo Redentor
Pelo Vosso santo amor
Eu entrego o meu espírito
Com carinho e com amor

Minha Mãe, minha Rainha
Criadora e protetora
Guardai minha matéria
Nesta grandiosa Terra.

Tufi Amim, sofrendo de doença renal crônica, passava pelo período mais crítico da sua vida, com a saúde abalada e quase que “desenganado” pelos médicos. É transferido as pressas para hospital em São Paulo a espera de transplante de rim.
Ao receber este hino, o velho sargento do Exército de Juramidã imaginou que sua hora de deixar o mundo Terra tinha chegado, e ainda teve forças de instruir a sua esposa Herotildes a apresentar esta singela canção durante o seu velório.
O que Tufi não sabia é que o chamamento a se apresentar no mundo espiritual, naquele exato momento, não era para si... o chamado a viajar “pra junto de Mamãe” foi para a sua antiga professora e amiga: dona Percília Matos da Silva, a Percilinha, Percília de Pedro.
Percília Taio Ciris Midam Matos da Silva foi chamada pelo Velho Juramidã a viver no meio das flores, junto da Virgem Maria, Nossa Senhora da Glória neste exato dia: 27 de outubro de 2004. E para a felicidade de seus familiares e amigos, Tufi Adão Midam Rachid Amim aqui continua entre nós.
O amor incondicional da sua generosa esposa, a madrinha Heró, foi fundamental para a recuperação de seu querido cônjuge, pois foi ela a doadora do rim que restituiu a vida e saúde a seu amado marido.
Esta execução do hinário “Eu sou feliz” aconteceu no 3 de janeiro de 2008, na sede do CEFLI, Seringal Fortaleza, Capixaba-Acre, em homenagem ao 68º Aniversário do Mestre Conselheiro Luiz Mendes do Nascimento. A família Rachid Amim foi responsável por puxar o significativo hinário – Rachid, Liliam, Leila, Daniela e o próprio dono do hinário. Este festejo é data maior do Encontro para o Novo Horizonte, que ali se realiza anualmente.


Antes do “Eu sou feliz” costuma-se cantar o hinário "Estrelinha do Céu", de Rubilam Chaves, um pequeno conjunto de singelos quatro hinos. A letra desses dois hinários encontra-se disponíveis para download no site http://www.luizmendes.org/hinarios.htm.
A gravação foi feita por Liliam Amim e a separação de faixas e programação ficou a cargo do Amigo Rodrigo Conti, ao qual enviamos nossos profundos agradecimentos.

VIVA O DONO DO HINÁRIO!!!

[1] “Turco” era o nome genérico que se dava a migrantes sírio-libaneses no norte-nordeste do Brasil.
[2] Filipenses 3:20.
[3] A “linha de Arroxim” já se apresentara anteriomente no hinário “O Ramalho”, do sr. Raimundo Gomes.
[4] Fluido do Daime. Termo que os daimistas usam para exemplificar uma situação do usuário do chá estar ainda sob efeito sutil da santa bebida.